quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Experiência no Serviço de Abordagem de Rua da PBH

Junto ao crime vem a mendicância: uma verdadeira ‘praga de mendigos’ flagela a cidade. Dizia-se que: ‘nenhum dos habitantes dos subúrbios podia deixar de se sentir vivendo circunstâncias de grande perigo’. Também se afirmava que em cada esquina um moleque maltrapilho arrasta uma vassoura suja na nossa frente e alegremente nos impõe uma taxa; em intervalos pequenos e regulares, encontramos o lamento ininterrupto do robusto irlandês sempre morrendo de fome ou a odiosa menina que está sempre invocando o nome de Deus em vão. Se entramos numa casa de lanches para uma refeição modesta de biscoitos ou bolo, toda uma família de enraivecidos vagabundos se põe a olhar para cada bocado que introduzimos na boca. Antes que tenhamos chegado à metade do passeio teremos sofrido ‘a punição de ser passado pelas varas’ de todas as formas de pretensas misérias” (Dr. Guy, The Curse of beggars)
Relação entre as multidões operárias de Londres do séc. XIX e a condição dos marginalizados da contemporaneidade. A miséria e mendicância estão intimamente ligadas à situação funcional do indivíduo.
Através da análise do fragmento retirado do livro “Londres e Paris no século XIX”, pudemos observar que ainda existem muitas semelhanças no modo de vida daqueles que habitam as ruas. Esta condição de subsistência parece ter sido intensificada com o crescimento das cidades e o desenvolvimento do capital. E o individualismo acirra ainda mais as relações interpessoais, fazendo com que as pessoas em condição de miséria sejam consideradas como assassinos, bandidos ou viciados.
Em minha experiência como estagiário da PBH, na Gerência de População de Rua, pude observar de perto a dinâmica das pessoas que veem as ruas além de um espaço de passagem. Como um espaço privado, de intimidade. Mesmo muitas vezes não tendo outra opção. E por isso, são extremamente hostilizados por se encontrarem nesta condição de vida precária.
O serviço de abordagem de rua da prefeitura funciona com uma estrutura física centralizada, mas possui técnicos para cada regional. Ele atua na tentativa de reinserção social do indivíduo e o resgate do sentimento de cidadania.
Durante este tempo, pode-se identificar diversas causas que levam uma pessoa a morar na rua, dentre as principais estão: brigas familiares, drogas, alcoolismo, condições financeiras desfavoráveis, abandono, depressão, insanidade mental, desemprego, êxodo rural, etc.
Serviços como o da Pastoral de Rua e da ASMARE auxiliam neste processo e mostram-se como tentativas bem sucedidas de parcerias tendo em vista o objetivo de minimizar desigualdade social e o preconceito com aqueles que se encontram na marginalidade.

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