terça-feira, 30 de agosto de 2011

O crescimento da economia, da cidade e da pobreza

      No início da revolução industrial em meados do século XVIII a Grã-Bretanha se dividiu em pólos industriais como: Birmingham, Liverpool, Manchester e Glasgow, mas nenhum dessas cidade pode sentir o crescimento econômico, populacional e urbano tão intenso quanto a cidade de Londres. A produção têxtil (seda), construção naval, engenharia civil e a mecânica pesada como as siderúrgicastrouxeram para a cidade uma grande quantidade de mão de obra, que já não tinha tanto espaço nas fábricas, pois, com o avanço tecnológico as máquinas vieram substituir o homem e impor um ritmo de trabalho acelerado trazendo assim para as empresas economia e lucro. 
     Os artesões, alfaiates e sapateiros viam que não podia competir com as máquinas. Rapidez, quantidade, qualidade e preço, eram mais trabalhadores que caiam na lista do desemprego. Devido ao grande número de pessoas a disposição das fábricas os trabalhadores que se mantinham não estavam suportando mais as grandes jornadas de trabalhos, os salários baixos e as péssimas condições que eram impostas pelos seus patrões. O que dizer dos agricultores? Que com suas famílias vieram para a cidade com esperança de crescimento e melhoria de vida, sendo alguns deles expulsos também pelas máquinas implantadas na área da agropecuária. 


Charlie Chaplin - Trabalho na fábrica


Crítica as longas jornadas de trabalho e a velocidade que a máquina impõe ao operário.  


    O crescimento populacional de Londres é exemplificado pelo historiador S. Jones. De 1841 á 1891 a população londrina passa de 1 873 676 á 4 232 118 habitantes. Um salto de dois milhões de pessoas em 50 anos. Onde iriam morar tantas pessoas, sendo a grande maioria desempregada e sem as mínimas condições para se viver? Engels em viagem a Londres no ano de 1840 destaca esses locais como, bairros operários ou bairros ruins. O ninho de corvo localizado no centro da cidade próximo a Trafalgar Square, casas de três a quatro pavimentos divididos por ruas estreitas, sinuosas e sujas. Próximo as mansões e aos parques públicos encontravam-se ruelas lotadas de casas que abrigavam famílias inteiras, muitas vezes em somente um cômodo. Os bairros operários a leste da London Brigde eram conhecidos como “East End”, locais não frequentados pelos nobres londrinos. Pessoas são encontradas vivendo nas ruas, em cortiços ou porões em condições inimagináveis, viviam a espera do próximo inverno rigoroso ou da próxima epidemia de coleta que mataram parte dessas famílias. Outro local de moradia para essas classes pobres eram as Workhouses (Casas de Trabalho) que seriam: prédios de cinco andares com espaço para abrigar 500.000 pessoas. Refeições insuficientes, pouco conforto, trabalho pesado para os homens, restrições e muros altos. Eram cobradas taxas para que se tenha uma vida semelhante a da prisão.

Bairro operário - grande concentração de pessoas sem espaços e sem as mínimas condições de moradias. Séc. XIX.
http://conhecimentogeohistoria.blogspot.com/2011/05/revolucao-industrial.html

      Como essas pessoas magras, doentes, malvestidas, sujas iriam conseguir emprego? Elas não conseguiam, eram ignoradas pela sociedade, fato que explica a elevada onda de crimes e ataques as propriedades. Além dos vários criminosos espalhados por Londres também se encontravam mendigos. Em cada esquina era possível encontrar um maltrapilho pedindo esmola ou cobrando taxas para se transitar. A imagem urbana que Londres carregada era de pura devastação.  


Moradores de rua famintos dormem
nas filas dos albergues.
http://www.anovademocracia.com.br/component/content/2896?task=view


      Após inúmeras revoltas das classes pobres nas ruas de Londres e das varias greves ocorridas nas fábricas inglesas ao final do século XIX, leis trabalhistas e de apoio as classes desfavorecidas foram criadas com o intuito de oferecer a população e aos operários direitos e condições de vida mais dignas. Melhorias na assistência médica e hospitalar para as classes trabalhistas, abrigos e alimentos para os desempregados e criação dos preservativos de borracha para controlar assim o crescimento da população. Através de ações políticas um novo planejamento urbano tomou corpo junto às leis de antipoluição e de investimentos na área de infra-estrutura como o transporte público e saneamento básico.


Casas em  péssimas condições nas ruelas londrinas. Smithfield - 1880.


        Apesar das ações empregadas pelo governo no século XIX, Londres ainda sofria com os moradores sem teto na década de 1930. No período pós-guerra em 1949 estima-se que mais de 1, 000 pessoas estejam dormindo nas ruas. Com a iniciativa do governo e das redes filantrópicas hoje a cidade conta com mais de 500 organizações e programas que trabalham em benefício aos moradores de rua. 

Mapa de Londres do séc. XIX mostra o parcelamento no centro da cidade.
http://ancienthistory.ahrtp.com/MapsOnline/BritainMapsOnline/pages/London19thcmap.html

Vista aérea de Londres - séc. XX.
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=442332

Vista da região Oeste de Londres. Ao fundo Catedral de São Paulo. séc. XXI
http://www.medav.co.uk/gallery.html


Postagem de Carolina Spínula


Referências:

Bresciani, Maria Stella Martins. Londres e Paris no Século XIX – o espetáculo da pobreza.  São Paulo:Brasiliense 2004. p.11-108

Zucconi, Guido. A cidade do século XIX. [tradução e notas de Marisa Barda]. São Paulo: Perspectiva 2009. p.13-62

UEPB. Alpharraboios. Revista do curso de História – A cidade de Londres no século XIX – uma abordagem sobre os Marginalizados. Disponível em<http://eduep.uepb.edu.br/alpharrabios/v2-n1/pdf/A_CIDADE_DE_LONDRES.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2011.

The Nomad Trust. História dos sem casa no Reino Unido. Disponível em
< http://www.nomadtrust.org.uk/history.asp>. Acesso em: 26 ago. 2011.

Indicação de leitura:

Lefebvre, Henri. A cidade do capital. [tradução Maria Helena Rauta Ramos, Marilena Jamur] Ed 2. Editora DP&A.184p.

London, Jack. O povo do abismo: Fome e Miséria no Coração do Império Britânico. [tradução Hélio Guimarães e Flávio Moura] Ed 1. Editora Perseu Abramo.334p.

Rykwert, Joseph. A Sedução do Lugar: a história e o futura da cidade. Editora Martins Fontes 2004.400p.

Orwell, George. Na pior em Londres e Paris. Ed 1. Editora Companhia das Letras 2006.256p.


UOL Notícias. Moradores de rua viram guias de turismo da Londres dos sem-teto. Fernando Caldaro, Especial para o UOL Notícias em Londres. Ago de 2010. Disponível em< http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/08/22/moradores-de-rua-viram-guias-turisticos-da-londres-dos-sem-teto.jhtmf>. Acesso em: 27 ago. 2011.

A Nova Democracia. Como vivem os sem tetos em São Paulo? Referência ao livro de Jack London - O Povo do abismo. Antonio Bergoci. Disponível em< http://www.anovademocracia.com.br/component/content/2896?task=view>. Acesso em: 27 ago. 2011.







Documentário - A História do Metrô de Londres

The History Of The London Underground - parte 1


The History Of The London Underground - parte 2



The History Of The London Underground - parte 3



The History Of The London Underground - parte 4



O documento aborda o crescimento do metrô de Londres, os modelos de trens que foram utilizados, as mudanças na cidade para a implantação das linhas de metrô, a evolução da tecnologia, os modos de utilização da população e suas histórias. 

Inserção e utilização dos viadutos nos espaços urbanos

         Londres tem o sistema de metrô mais antigo do mundo. “The Tube” ou “London Underground” como é conhecida pelos Londrinos, atende diversos bairros com 275 estações, sendo 408 km de linhas férreas. As diversas linhas de metrô conectadas a Londres se ligam a outras cidades dentro da Inglaterra e fora dela também como Edimburgo (Escócia) e Paris (França).  Ainda no século XIX com a necessidade de locomoção para locais cada vez mais distantes, o metrô de Londres foi se expandindo por diversas partes. Apesar dos transtornos causados por suas construções, muitos desses equipamentos viraram símbolos e atrações turísticas que ajudam a contar a história da cidade. Como os túneis subterrâneos, que na segunda guerra mundial serviram de abrigo durante os ataques aéreos e o famoso túnel subaquático construído em 1843 servindo hoje a linha London Overground que passa por debaixo do Rio Tâmisa.

Londres hoje conta com 11 linhas de metrô que facilitam o transporte dos moradores.
http://www.tfl.gov.uk/gettingaround/1106.aspx
Expansão das Linhas Férreas na Inglaterra e Wales.
http://www.orenstransitpage.com/otplondonpics/history.pdf  

     Apesar da grande maioria das linhas férreas transitarem por debaixo da terra, é possível encontrar varias pontes, viadutos e túneis cortando a cidade. Nos séculos da grande expansão urbana esses locais serviam de abrigo para mendigos e moradores de rua. Hoje é possível encontrar uma variedade de ocupações nesses espaços principalmente no centro: lanchonetes, cafés, restaurantes, livrarias, locais de armazenamento de equipamentos urbanos, lojas, pistas de skate, estacionamentos, teatros (como os shows de horror na London Bridge experience), galerias de arte, piscinas e pontos de agência de viagens e informações para os turistas. Cada um desses equipamentos carrega as características de cada bairro. Artistas de rua como pessoas tocando instrumentos musicais, fazendo malabarismos ou estátuas são encontrados nos viadutos aos quais servem de passagem para os pedestres.
       Outro tipo de ocupação também muito famosa em Londres são os “markets”. Geralmente são encontrados em ruas, ruelas e por de baixo dos viadutos próximas as estações de metrô, essas feiras ao ar livre funcionam em sua grande maioria nos finais de semana. Como exemplos: Portobello Market famoso pelas vendas de antiguidades. Borough Market praticamente localizado abaixo das linhas férreas que saem da estação London Bridge, é específico na venda de comidas. Camden Lock é um market característico do seu bairro onde podemos encontrar de tudo: comidas de vários países, roupas de vários estilos, músicas, piercings, móveis e etc...

Mapa com a localização dos principais Makets de Londres.
http://www.streetsensation.co.uk/markets.htm


       Diferente de muitas cidades do Brasil e do mundo, Londres é um exemplo de potência na utilização comercial de viadutos. Fato que não é muito presenciado por nós nas cidades brasileiras, que são nada além de espaços sujos, marginalizados, locais dos usuários de drogas e que não tem nenhum tipo de ocupação. As poucas atrações existentes nesses locais não são financiadas ou apoiadas pelo poder publico, fazendo assim com que a sociedade perca o interesse por essas áreas. As pontes e viadutos de Londres foram integrados na paisagem urbana e no cotidiano da sociedade impulsionando o comércio e o turismo, obrigando assim a população na conservação e utilização desses espaços.


Borought Market - desde 1851.


Borought Market


Camden Lock Market
http://www.everytrail.com/guide/primrose-hill-regents-park-and-abbey-road/map#poi-0


Pista de skate construída debaixo do viaduto - metrô de Londres.
http://www.wycombe.gov.uk/council-services/leisure-and-culture/parks-and-recreation/facilities-for-young-people/high-wycombe-skatepark.aspx




















London Bridge Experience - espetáculos que acontecem sob a estação London Bridge.
http://www.venues.org.uk/venues/the_london_bridge_experience



Postagem de Carolina Spínula 




Referências:
Mapa de Londres. Metrô de Londres: quase 150 anos de história. Disponível em< http://mapadelondres.org/2011/03/metro-de-londres-quase-150-anos-de-historia/>. Acesso em: 27 ago. 2011.
Transport for London. History. Disponível em< http://www.tfl.gov.uk/corporate/modesoftransport/londonunderground/1604.aspx>. Acesso em: 27 ago. 2011.


Indicações de leitura:
Cross River – Partner Ship. Transforming Railway viaducts in Central London.  Disponível em< http://www.crossriverpartnership.org/downloaddoc.asp?id=1002>. Acesso em: 28 ago. 2011.

Dwyer, Emma. Underneath the Arches: The Afterlife of a Railway Viaduct. Disponível em< http://leicester.academia.edu/EmmaDwyer/Papers/130565/Underneath_the_Arches_The_Afterlife_of_a_Railway_Viaduct
>.Acesso em: 28 ago. 2011.

Architecture and history: London Bridge Station.  Disponível em<http://ragpickinghistory.co.uk/tag/london-bridge/>. Acesso em: 28 ago. 2011.

A imagem urbana de Londres no séc XIX e BH atualmente

O processo de urbanização decorrente da industrialização nasceu com as cidades no período da Revolução Industrial. Com ela, ocorreu um aumento da produtividade pelo uso de maquinário. Junto deste o acúmulo de pessoas no ambiente urbano, ocorreu uma saturação nas grandes cidades, que causou um problema para o poder público que repercute até hoje: o processo de segregação das populações carentes.
Na Inglaterra, a economia essencialmente agrária do período do feudalismo passou por uma mudança drástica inserindo-se na economia industrial que se impulsionou com a tecnologia. A agricultura de subsistência deu lugar a produção de matéria prima, que demandava grandes espaços de terra, para a indústria expulsando os camponeses de suas terras e forçando seu êxodo para as cidades em busca de emprego, onde buscam residir o mais próximo do trabalho quanto possível. A população, já em excesso, aglomera-se cada vez mais no ambiente urbano, e o que se vê é um excesso de mão de obra não acompanhada de oportunidades de trabalho.
A quantidade de mão de obra disponível e barata permitia a exploração humana extrema e a expansão dos negócios, favorecendo a acumulação de capital, dando origem ao Capitalismo Selvagem. A burguesia chegou ao poder e passou a conduzir a economia. Nesse novo sistema, a participação do homem na produção de lucro é que o torna parte da sociedade. O homem é dono apenas de seu corpo e do trabalho que consegue exercer devendo transformá-lo em mercadoria. A reificação do homem o submete à máquina, perdendo sua racionalidade. Determinações exteriores a ele regram sua vida. A cidade se torna um lugar de produção, distribuição e consumo. Ao apresentar-se fora deste ciclo, o indivíduo é excluído social e politicamente. Apenas sua participação gerando lucro interessa. Aqueles que se recusam ao trabalho ou não possuem emprego, mesmo os momentaneamente desempregados são figuras exteriores a sociedade. Como citado por Maria Stella Martins Bresciani¹: “Portanto, o que constitui qualquer homem em sociedade, tenha ele bens além de sua pessoa ou não, é a sua participação no mercado”.
As cidades cresceram sem planejamento e a multidão em Londres, sujeita a péssimas condições de vida, se deteriorava juntamente com a cidade. A literatura da época relata seu estranhamento às casas insalubres grudadas umas as outras, as ruas infestadas de pessoas em condição degradante, das massas de miseráveis de todas as espécies. A pobreza que a multidão nas ruas revelava gerava espanto, indignação, fascínio e medo. Essas pessoas excluídas: mendigos, assaltantes, prostitutas, entre outros, representavam um risco a sociedade e sua estruturação em torno do trabalho.
 Segundo Bresciani², “Pessoas que estão fora da sociedade, pessoas que não pautam suas existências pelos valores constitutivos da vida social - o trabalho, a propriedade e a razão -, têm como único meio de sobrevivência atacar essa organização exterior a elas.” Em outro trecho: “Esses homens só podem representar um ônus econômico, pois seja por doação, seja pelo roubo, é sempre a apropriação do trabalho de outros homens o que lhe permite ter a vida assegurada. E mais ainda, eles configuram um ônus vital, à medida que seu descaso para com a atividade do trabalho, base da própria vida, representa uma atividade do trabalho, base de extinção da sociedade”³. Esse risco justificava a intenção do poder público em retirar das cidades os mendigos e miseráveis, considerados resíduos, e enviá-los para as colônias, onde não interferissem na vida social.

O caso de Belo Horizonte
Da mesma forma que a cidade de Londres passou por uma mudança política que alterou a composição do espaço urbano, em Minas Gerais a Proclamação da República, em 1889, trouxe à tona a necessidade de romper com a forma de governo monárquico, representada pela capital Ouro Preto e instaurar no estado o espírito republicano. Para se destacar o novo cenário político, Minas Gerais precisavam mostrar-se unidas e fortes. A construção de uma nova capital, localizada no centro geográfico do Estado, poderia facilitar o equilíbrio das diversas facções políticas que disputavam o poder.
 Os republicanos também desejavam promover o progresso de Minas Gerias, tornando-o um Estado industrializado e moderno. A construção de uma nova capital, planejada de forma a facilitar o crescimento econômico e obter estruturas de transporte saneamento e higiene capazes de atender a demanda populacional, era a solução para o problema do crescimento em Ouro Preto, estagnada por seu relevo e economia rural.
 Em 1891, o presidente do Estado, Augusto de Lima, formulou um decreto determinando a transferência da capital. A lei criava a Comissão Construtora, composta de engenheiros e arquitetos responsáveis pelo planejamento e execução das obras, chefiados por Aarão Reis. Uma cidade ordenada era o objetivo dos técnicos que idealizaram Belo Horizonte. Era necessário projetar uma cidade física e socialmente higiênica livre de desordens e revoluções. O projeto inspirava-se no modelo das mais modernas cidades do mundo, como Paris e Washington. Dividiram a cidade em três principais zonas: a área central, composta de ruas de traçados geométricos formando uma malha quadriculada cortada por largas avenidas diagonais onde se estabeleceria o poder político e a oferta de infraestrutura; a área suburbana formada por ruas irregulares, que seria ocupada posteriormente com o crescimento da cidade e que não recebeu de imediato a organização e oferta de possibilidades da área urbana; e a área rural. Para tanto o antigo arraial que ali se localizava foi destruído e seus antigos habitantes deveriam ser transferidos para outro local. Estes tiveram suas casas desapropriadas e demolidas, mas sem condições de comprar um imóvel na nova capital, eles foram empurrados para a periferia. A capital era um lugar elitista, reservado aos funcionários do Governo e aos que tinham posses para adquirir lotes.
Acreditava-se que os problemas sociais, como a pobreza, seriam evitados com a retirada dos operários assim que a construção da cidade estivesse concluída. Belo Horizonte foi inaugurada às pressas, ainda inacabada para cumprir o prazo estabelecido pela lei. Os operários, aglomerados em meio às obras, não foram retirados e, sem lugar para ficar, assim como os antigos moradores do arraial, formaram favelas na periferia da cidade. Do mesmo modo que a população operária londrina, os trabalhadores só tinham valor social enquanto exercendo trabalho. A partir do momento que as obras não mais os absorvem tornam-se um problema para a cidade e sua exclusão para um espaço isolado é fundamental.
A partir do governo Vargas, iniciou-se um processo de industrialização das cidades que impulsionou o crescimento populacional e uma urbanização acelerada. O resultado desse avanço econômico foi um aumento do valor do solo urbano, dificultando cada vez mais o acesso das populações de baixa renda à cidade e ao mercado de trabalho, este fato promoveu o início do surgimento das favelas. Dessa forma, a população ocupou extensivamente as periferias e áreas abandonadas e impróprias das metrópoles em formação devido à falta de opções adequadas e acessíveis de moradia oferecidas pelo mercado imobiliário e pelas políticas públicas. A expansão periférica das cidades e a forma precária dos assentamentos informais resultaram em quadros de alta degradação das metrópoles brasileiras. À medida que a cidade se expandia, a revitalização de áreas no entorno da área central empurrava cada vez mais as pessoas para longe. As parcelas mais excluídas e cada vez mais tendo que disputar entre si espaços na periferia, acabaram sujeitadas a morar nas ruas. Estes encontraram nos viadutos urbanos, mais especificamente para aqueles situados em baixios, lugares que oferecessem o mínimo para seus problemas de sobrevivência e segurança.


1-        BRESCIANI, Maria Stella Martins, Londres e Paris no Século XIX, o espetáculo da pobreza (primeira edição 1982) p. 84
2-        BRESCIANI, Maria Stella Martins, Londres e Paris no Século XIX, o espetáculo da pobreza (primeira edição 1982) p. 44
3-      BRESCIANI, Maria Stella Martins, Londres e Paris no Século XIX, o espetáculo da pobreza (primeira edição 1982) p. 80

Bibliografia
http://www.ibdu.org.br/imagens/OSVIADUTOSURBANOSNABUSCADODIREITOAMORADIA.pdf
C HOAY, Françoise, O urbanismo: utopias e realidade


Autores: Italo Rodrigues Pacheco
Vitor Luís Lopes

Análise dos conflitos nas ruas de Londres aos capítulos do livro de M.S Bresciani- Londres e Paris no séc. XIX, o espetáculo da Pobreza.

Policiais observam ônibus de dois andares incendiado por manifestantes no bairro londrino de Tottenham - Folha de São Paulo 06/08/2011


No dia cinco de agosto, quinta feira, a polícia londrina parou o táxi de Mark Duggan em uma operação para prendê-lo, houve um tiroteio e o rapaz foi baleado por um dos policiais e acabou morrendo, a família da vítima só teve acesso ao corpo trinta e seis horas depois do ocorrido, e quando compareceu a delegacia foi expulsa de forma violenta, esse foi o estopim para uma série de conflitos violentos ocorridos em diversos bairros de Londres.

Muito do que aconteceu nesses conflitos se deve ao fato do despreparo e da incompetência da policia londrina para contornar esse tipo de situação, o que ocorreu não foi um fato isolado. Os conflitos entre a população e a polícia, principalmente em Tottenham,  um bairro carente com uma elevada taxa de desemprego e abrigo de minorias étnicas, possui um histórico de conflitos raciais, onde os jovens, principalmente negros, reclamam da atuação da polícia na região.

Segue o vídeo de uma entrevista concedida de um dos moradores feita pelo canal da ABC:

 
O que começou com uma manifestação pacifica que reuniu cerca de 200 manifestantes, se transformou em caos e violência. Ônibus e carros da polícia foram incendiados, diversas lojas foram depredadas e saqueadas por jovens, alguns idosos até mesmo crianças.

A violência fez a cidade lembrar dos distúrbios de 1985 no bairro, que concentra muitos imigrantes.” O Globo 07/08

 
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